sábado, 22 de outubro de 2011

A rede social


Ao assistir o filme “A rede social” sobre o criador e a criação do facebook não consegui me desprender de um único fato, o que Mark Zuckerberg ser tornou o bilionário mais jovem do mundo, sim, ás custas de sua inteligência, mas, também, à custa da confiança que seu único amigo depositou nele. Não me conformo com o fato de que a humanidade louva a riqueza acima do indivíduo.


Ele não poderia ter encontrado outra solução? Era realmente necessário ludibriar o amigo? O filme mostra um jovem solitário, incapaz de conquistar amor/ amizade de alguém, porém não se podem esperar verdades essenciais quando se trata de holywood, talvez, de mídia alguma se possa esperar tanto. É difícil imaginar um bilionário infeliz.

Contudo, todos que conheço que assistiram ao filme, ficaram presos em uma única questão: “o cara ficou rico aos 19 anos!”, e é isso o que me consterna, a supervalorização do “ficar rico” e o esquecimento do processo que se trava para ter o sucesso, das escolhas que se faz, se são éticas ou não, esses questionamentos me levam a outro assunto, a corrupção.

O povo reclama paulatinamente da corrupção política, se revolta com o dinheiro na cueca, com o mensalão, com os ministros caindo, e com todos esses acontecimentos socialmente catastróficos. No entanto, a corrupção não é filha da política, a corrupção chega à Brasília através das pessoas que o povo, consciente ou não, leva até lá, pior que isso, a corrupção está, também, nesse povo, afinal, o que você pensa que é o famoso “jeitinho brasileiro” de resolver as coisas?

Imagine:
'São 19h, existe uma fila enorme no terminal de ônibus, todos ansiosos para voltar para casa, tomar um banho, jantar, assistir tv, enfim, descansar depois de um dia exaustivo de trabalho. Mas você está muito cansado, quer chegar logo em casa e não quer ficar em pé no ônibus lotado, então nada mais justo do que você passar na frente de outras pessoas que estão na fila. Melhor que isso, você encontrou aquele amigo, ele está na fila também, mas está lá na frente, então, conversa vai e conversa vem, e você fica por ali mesmo, na frente de todas as pessoas que aguardavam o transporte muito antes de você chegar.' Sim, isso é corrupção!

Esse é um exemplo muito simples, como ele, existem muitos outros, que estão enraizados no cotidiano brasileiro de tal forma que nem os questionamos, até lhe damos nomes diferentes, mais pomposos e menos sinceros, um eufemismos social, eu diria, como o “jeitinho brasileiro”, termo bonito, dá até uma sensação de patriotismo, de característica cultural. Todavia, essa expressão rotineira é um instrumento de tornar belo e aceitável o que é feio, errado e que deveria ser extirpado do comportamento humano. Pois, defendo e acredito veementemente, que reclamação não põe comida na panela, que só as atitudes servem de exemplo e que, não se muda o mundo, sem mudar a si mesmo.



Título original: (The Social Network) 
Lançamento: 2010 (EUA) 
Direção: David Fincher 
Atores: Jesse Eisenberg, Andrew Garfield, Justin Timberlake, Rooney Mara. 
Duração: 121 min 
Gênero: Drama

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