segunda-feira, 31 de outubro de 2011

História. Você conhece a sua?

Pesquisa| Fotografia| Roteiro: Jocilane Rubert
Edução Gleison Nascimento
Orientação: Elizabeth Nader
Música: L'inverno, Antonio Vivaldi


A Fotografia foi utilizada para despertar o expectador sobre a importância artístico-cultural dos monumentos e, também, para denunciar uma grave consequência da falta de informação sobre sua História: o descaso e o abandono do patrimônio público, que são as representações do povo capixaba.

O estudo se baseou no sítio histórico de Vitória, a Capital do Estado, onde se encontram marcos no desenvolvimento do solo espírito-santense, como a Capela de Santa Luzia, construída em pedra e com cal de ostra no século XVI, sendo a edificação mais antiga da Ilha; como a atual Casa Porto das Artes Plásticas e antiga Capitania dos Portos, edificada em 1903 para ser a residência do Dr. Manoel Silvino Monjardim, filho do Barão de Monjardim, edificações de valor imensurável.

Diante disso, para evocar o significado atemporal do patrimônio público e valorizar sua riqueza de formas e detalhes foi usada a fotografia em preto e branco que, também, enfatiza seu estado de conservação; foram usados enquadramentos que não revelam, de antemão, qual monumento está registrado, para que o expectador se interrogue se o identifica ou não. E, desse modo, seja alertado sobre o descuido com o patrimônio e sobre o desconhecimento de seu contexto histórico.

Ensaio fotográfico: História. Você conhece a sua?

























Só mais um perfil



Sou parte integrante do mundo no qual vivo, sou responsável por tudo o que cativo. Se venço ou perco, sou eu quem decido. Fico triste quando quero, sofro quando necessário. Se precisar grito.  Mas nenhuma emoção é permanente, nada é eterno. As lembranças, são apenas lembranças. Não complico o fácil. Gosto de praticidade, leveza. Desespero só gera atitudes impensadas e consequências desastrosas. Zelo por quem amo. Gosto de cozinhar, deixar tudo limpo e no lugar. Porém amo fazer bagunça! Sou ciumenta, territorialista e possessiva [algumas coisas nunca mudam!].
Estou em uma nova fase, mais uma. Tenho novos amigos, não tão novos assim, nem tão amigos também. Tudo é progressão. Amo palavras, ditas ou escritas. Gosto de abraços. Atenção. E vou começar a minha tatoo. A primeira! Terei mesmo coragem?! Tenho boas, melhores e irmãs-amigas, todas essenciais e nenhuma delas curtem o mesmo que eu. Amo a multiplicidade e a diferença.
Tenho uma mãe guerreira, uma afilhada linda, algumas amigas ausentes, um irmão que amo incondicionalmente, um casal de amigos apaixonados, outro que se separou, uma amiga que reencontrei, um amigo que me ama, um quarteto que virou um trio, depois uma dupla e acabou [mas todo verdadeiro amigo está destinado ao reencontro], uma turma legal que deixou saudades [muita saudades], amigos do ensino médio, do antigo trabalho, do cursinho e de muitos lugares por onde passei,estive, fiquei e fui... Ainda sinto saudades do cabelo vermelho, do domingo a dois, do som pesado e da garrafa de vinho.
O incenso ainda é de sândalo, mas a canção é “Evolution” do Korn. Separo o lixo seco do úmido, só uso couro sintético, evito sacolas plásticas, não jogo lixo na rua e tenho lido sobre vegetarianismo. Nada é o suficiente! Fico triste com as notícias que leio...violentaram mais uma criança esta semana. E os meus priminhos perderam o pai de forma drástica, em plena segunda de manhã.
Gosto de dar o presente certo. Não ligo de descer do salto, por isso sempre tenho um par de rasteirinhas na bolsa! Adoro pequenos gestos, aqueles simples, discretos, mas grandiosos em sentimento. Gosto de mãos, sejam as suas ou as minhas. Hoje me escuto mais, finalmente descobri que absolutamente ninguém sabe o que é melhor para mim, além de mim. Permito-me mais. E estou lendo “Chave dos grandes mistérios” por Eliphas Levi. Amo filmes, mas o teatro merece crédito maior, ouço ópera e música clássica, mas um solo de guitarra me entorpece. Tudo é momento!
Pode ser démodé acreditar em um criador disso tudo, mas não ligo de ser antiquada e careta. Acredito no poder do verbo, na força do Universo e no amor de Deus.  E amo o frio! Edredon, filme na TV e chocolate quente. Não antes de um passeio na chuva, de pés descalços. Gosto de diálogo. Tudo pode ser resolvido a partir de uma conversa, o saber ouvir e saber falar. Sou pacifista. Partidária do Satyagraha. Não masco chiclete [só trident de canela] não como lasanha, nem bebo coca-cola e aprendi a andar de salto alto, mas não abandono meu all-star por nada. E gosto de pessoas bem humoradas.
Amo música! Tudo deveria ter trilha sonora...e no último volume! Sou ansiosa, reservada e enxerida. Sempre faço perguntas! E estou feliz com tudo isso. Quero mais. Ir além sempre! Mas aqui, tanto faz, porque ninguém lê perfil mesmo!

Lição N° 1

Aprendi que 1/3 da minha vida não significa nada, quando ainda se tem muito para viver. E que meu primeiro amor sempre será o primeiro, mas talvez não seja o único. O meu príncipe virou sapo e o seu cavalo agora é abóbora. Sou princesa abandonada, em um castelo de cartas. O amor se foi, e nem me deixou um beijo de despedida. Mas me deu a solidão, como amiga. E aquelas cartas de amor, minha coleção preferida. Juntei os cacos do meu coração e passei super-bond, mas acho que você não me devolveu um pedaço. Tenho um buraco no peito, lágrimas nos olhos e um estranho em meio leito. O telefone não toca mais, o rock ficou insosso e o brigadeiro de panela não tem o mesmo gosto. A cama parece mais atraente do que o MSN, o fundo do poço parece mais quentinho do que o edredon e a inércia mais divertida do que as amigas. O vinho, tanto faz, quente, seco ou tinto. Música?! Só Radiohead ou The Cure. Ainda respiro, não me exige esforço. Mas cansei de chorar, de sofrer enquanto tu dás cambalhotas; de me questionar enquanto encontra uma nova patota. Vou tirar dos ombros a poeira do seu último retorno. Vou me livrar de todo o transtorno que causou. Reformar meu coração e retomar minha vida. Porque para ti não haverás mais versos.

sábado, 22 de outubro de 2011

A rede social


Ao assistir o filme “A rede social” sobre o criador e a criação do facebook não consegui me desprender de um único fato, o que Mark Zuckerberg ser tornou o bilionário mais jovem do mundo, sim, ás custas de sua inteligência, mas, também, à custa da confiança que seu único amigo depositou nele. Não me conformo com o fato de que a humanidade louva a riqueza acima do indivíduo.


Ele não poderia ter encontrado outra solução? Era realmente necessário ludibriar o amigo? O filme mostra um jovem solitário, incapaz de conquistar amor/ amizade de alguém, porém não se podem esperar verdades essenciais quando se trata de holywood, talvez, de mídia alguma se possa esperar tanto. É difícil imaginar um bilionário infeliz.

Contudo, todos que conheço que assistiram ao filme, ficaram presos em uma única questão: “o cara ficou rico aos 19 anos!”, e é isso o que me consterna, a supervalorização do “ficar rico” e o esquecimento do processo que se trava para ter o sucesso, das escolhas que se faz, se são éticas ou não, esses questionamentos me levam a outro assunto, a corrupção.

O povo reclama paulatinamente da corrupção política, se revolta com o dinheiro na cueca, com o mensalão, com os ministros caindo, e com todos esses acontecimentos socialmente catastróficos. No entanto, a corrupção não é filha da política, a corrupção chega à Brasília através das pessoas que o povo, consciente ou não, leva até lá, pior que isso, a corrupção está, também, nesse povo, afinal, o que você pensa que é o famoso “jeitinho brasileiro” de resolver as coisas?

Imagine:
'São 19h, existe uma fila enorme no terminal de ônibus, todos ansiosos para voltar para casa, tomar um banho, jantar, assistir tv, enfim, descansar depois de um dia exaustivo de trabalho. Mas você está muito cansado, quer chegar logo em casa e não quer ficar em pé no ônibus lotado, então nada mais justo do que você passar na frente de outras pessoas que estão na fila. Melhor que isso, você encontrou aquele amigo, ele está na fila também, mas está lá na frente, então, conversa vai e conversa vem, e você fica por ali mesmo, na frente de todas as pessoas que aguardavam o transporte muito antes de você chegar.' Sim, isso é corrupção!

Esse é um exemplo muito simples, como ele, existem muitos outros, que estão enraizados no cotidiano brasileiro de tal forma que nem os questionamos, até lhe damos nomes diferentes, mais pomposos e menos sinceros, um eufemismos social, eu diria, como o “jeitinho brasileiro”, termo bonito, dá até uma sensação de patriotismo, de característica cultural. Todavia, essa expressão rotineira é um instrumento de tornar belo e aceitável o que é feio, errado e que deveria ser extirpado do comportamento humano. Pois, defendo e acredito veementemente, que reclamação não põe comida na panela, que só as atitudes servem de exemplo e que, não se muda o mundo, sem mudar a si mesmo.



Título original: (The Social Network) 
Lançamento: 2010 (EUA) 
Direção: David Fincher 
Atores: Jesse Eisenberg, Andrew Garfield, Justin Timberlake, Rooney Mara. 
Duração: 121 min 
Gênero: Drama

Fragmento

Não diga que tenho sorte. Sorte é desculpa de fracassado! Acredito em destino, fatalidade e acredito em escolha. Sou orgulhosa, é muito difícil admitir que errei. Falo o que penso sem medir as consequências, quando vejo já foi. Não sei disfarçar, todos sabem como estou me sentindo, se estou para morrer ou matar. Sou ciumenta, territorialista e possessiva (tento me controlar).

Detesto perder, mas tiro o time de campo quando acontece. Já perdi muita coisa, abri mão de outras, desisti de algumas e depois me arrependi. Sou carismática, sincera, ás vezes confusa, outras decidida. Nem sempre ouço meus conselhos. Ás vezes preciso que outras pessoas me mostrem a direção, mesmo que eu imagine qual seja. Zelo por quem amo. Gosto de abraços. Atenção. Faço bico (dizem que sou mimada). Digo para minhas amigas que as amo, e realmente amo.

Sinto saudades, muita saudade, principalmente de pessoas... Já fui muito apegada aos meus cds, meus livros, hoje prefiro roupas e brincos. Sinto falta das minhas meias amarelas! Por onde anda meu all star de cano alto?! Ouço legião urbana com as luzes desligadas e incenso de sândalo aceso. Fico triste com as notícias que leio...violentaram mais uma criança esta semana.

Não jogo lixo na rua, não masco chiclete (só trident de canela) não como lasanha, nem bebo coca-cola e aprendi a andar de salto alto. Já escrevi poesias, hoje não me inspiro mais...ainda não consegui terminar o último livro que comecei a ler. E eu gosto de ler! Ainda não entendi porque as pessoas se afastam! Mas compreendo porque elas se reencontram.

Pode me chamar pra beber cerveja, mas vou tomar vinho. Poderemos ir tomar sol na praia, mas quero mesmo é um banho de mar. Gosto de dar o presente certo. E gosto de pessoas bem humoradas, alto astral, não me agrada alguém que só reclama, que vive de lástimas... todos temos problemas! Olhe pra mim quando estou falando, mas olhe nos olhos.

Amo teatro, aprecio cinema, ouço ópera e música clássica, mas um solo de guitarra me entorpece. Ainda não fiz minha tatoo, nem coloquei o piercing na língua. E não suporto mais o cefetes!!! Estou com insônia, de vez enquanto isso acontece, amanhã vem a enxaqueca.

sábado, 8 de outubro de 2011

Para inglês ver

“A Secretaria de Políticas para Mulheres do Governo Federal pediu ao Conar (Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária) a suspensão da campanha publicitária “Hope ensina”, que traz a modelo Gisele Bündchen mostrando a “melhor maneira” de contar más notícias ao marido. Primeiro, Gisele aparece usando roupas normais para falar, por exemplo, que bateu o carro. A estratégia é classificada como “errada” e em seguida a forma “correta” é mostrada: a modelo repete a notícia, usando apenas lingerie. “Você é brasileira, use seu charme”, conclui a peça publicitária.”



A cada dois minutos, cinco mulheres são agredidas violentamente no país, em mais da metade desses casos as vítimas possuem baixo nível de escolaridade e, apesar de toda a campanha promovida pelo Governo, muitas ainda desconhecem a Lei Maria da Penha ou desacreditam-na.

Mais do que um problema ético-moral, a violência contra a mulher está sobre uma determinada (des)estrutura sócio – familiar. O agressor e a vítima não são indivíduos isolados, mas produto de uma construção da sociedade e, concomitantemente, do sistema político vigente que, muitas vezes, os alijaram de seus direitos mais elementares, como o da alimentação, da saúde e da educação pública e de qualidade.    Assim, discutir esse assunto apenas no âmbito dos estereótipos sobre homem e mulher é ignorar que essas pessoas foram constituídas culturalmente, em sociedade, que as condições nas quais viveram contribuíram, em maior ou menor intensidade, para sua constituição pessoal. E que, fundamentalmente, como cidadãos somos todos responsáveis pelo produto da desiguladade.

Portanto, a Secretaria de Políticas para Mulheres do Governo Federal se inquietar com uma propaganda, pois afirma que ”ela promove o reforço do estereótipo equivocado da mulher como objeto sexual de seu marido e ignora os grandes avanços que temos alcançado para desconstruir práticas e pensamentos sexistas” é a famosa medida paliativa, é tampar o sol com a peneira e ignorar que, se há a propaganda, há também um público alvo receptivo a ela. E, esse público, não modificará suas opiniões e visão de mundo porque o comercial da Hope foi suspenso da TV.  É necessário ir às bases e modificar o sistema que proporciona a formação psico-social desse sujeito e, por consequência, alterar positivamente sua forma de se portar no mundo.

Além disso, impedir a exibição de um comercial de 30 segundos enquanto outras formas de comunicação, como programas de TV e músicas, mais abrangentes e de veiculação frequente, propagam esses pensamentos sexistas não é ação desperdiçada? Ademais, essas ações proibitivas não representam o cerceamento de um direito conquistado, a Liberdade de Expressão? Questões que devem ser levantadas e discutidas antes que as algemas se fechem mais uma vez.

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Dom feminino


à Lindora Rubert de Almeida, mãe perfeita.

Mulher, que leva em teu ventre um novo sopro divino;
Mulher, que suporta as dores do nascimento;
Mulher, que levas em teus braços um pequenino ser;
Mulher, que lhe segura as mãos para dar os primeiros passos;
Mulher, que lhe ensina a comunicação por meio dos lábios e coração;
Mulher, que cura as conseqüências de sua correria e não se irrita por isso;
Mulher, que arruma a desordem após sua diversão;
Mulher, que dispõe seu tempo para ajudar-lhe na lição;
Mulher, que usa da sua experiência para lhe advertir dos perigos;
Mulher, que lhe repreende os erros, mas não lhe vira as costas após cometê-los;
Mulher, que aplaude os seus mais simples feitos;
Mulher, que lhe consola diante da derrota;
Mulher, que de tão magoada ainda ama;
Mulher, que de tão decepcionada ainda confia;
Mulher, que de tão sofredora ainda lhe sorri suavemente;
Mulher; que de tão sozinha ainda acaricia;
Mulher, que de tão mãe ainda é amiga.





Vida própria















Estou confusa, perdida e só.
Já faz algum tempo que me encontro nesse mundo
Cheio de caminhos sem nenhum passo
Minhas pernas não se movem
Mando ordens ao meu cérebro que as façam andar
Mas elas insistem em não obedecer

Esses olhares juizes
Condenam-me,  prendem e jogam a chave fora
Antes fosse a cadeira elétrica
Eu sentiria a dor da energia passando por meu corpo
Meu coração aceleraria para logo após parar
Mas não morreria por essa paixão voraz

E quando descobrissem que era inocente
De mim restaria o peso em suas consciências
Eles tentariam esquecer
Mas o som dos meus gritos ecoaria em suas mentes e tímpanos
A imagem do meu corpo inerte, sem vida, seriam os seus pesadelos de todas as noites e o tormento de todos os dias.
Seria eu imortalizada em seus pensamentos até que viesse fazer-me companhia
Mas torceria por vossa longevidade

- Mas não! Eles sabem castigar.
Infligem-me uma dor que olhos alheiam não notam
Então não me resta nem a culpa deles, só a dor a me definhar.
Eles desenham minha vida distorcida e fora de foco
Eles descrevem minha vida como mais bandida do que das filhas deles
-Mas eu sei a verdade!
...mas do que me vale sabê-la, se ninguém a aceita?!

-Mas eu sei a verdade...

Sei que eles projetam em mim seus desenganos e decepções com sua prole
Pois admitir a ausência de caráter da própria cria é admitir a incompetência deles, enquanto pais
Voltam à atenção alheia para mim
Desse modo ninguém as nota, por que são cidadãos respeitáveis e não uma rebelde sem causa.
- Mas sou inocente! E não necessito que acreditem.
Porque suas vidas são vazias e sem sentido
Vivem para o que serão os filhos
Embriagam-se da minha vida e fazem dela vosso parque de diversão
Apenas uma pequena distração

Queres ser como eu
Que vivo e não me importo com o que digam
Não tenho regras morais, nem leis sociais para respeitar.
Não abro mão da felicidade por uma boa fama
Rolo na lama se for divertido
Faço tudo que me rendam boas gargalhadas

Assino minha identidade.
Não tenho atos impostos por uma sociedade
Tudo reflete o que sinto
E sou livre por isso
Sem traumas, sem medos e arrependimentos.
Não sou forma, sou conteúdo.

Teu veneno não contamina meu poema.
Teu fel não tira o bom sabor dos meus sentimentos
E eu tenho o antídoto
Um banho de chuva, um mergulho no mar.
E jaz sua poluição.
Pois não sou marionete em suas mãos.

Visão interior

Eu amo e clamo, mas não ouço resposta.
então eu odeio e renego, e não faço perguntas.
Eu busco e não encontro
então persigo e seqüestro

Eu peço e não ganho
então roubo e me aposso
Eu luto e perco
então eu trapaceio e venço

Eu durmo e não sonho
então acordo e invento
Eu planejo e não realizo
então eu enceno e finjo

Eu escrevo e não sou lido
então me torno vândalo e pincho
Eu peço licença, mas não me deixam passar.
então pulo o muro e entro sem você me convidar

Invado sua casa todos os dias
Brinco com suas filhas, como sua comida.
Sento em seu sofá, assisto sua TV.
Bebo sue café, fumo sue cigarro.

Dirijo seu carro, durmo com sua mulher.
Recebo seu salário, ouço seu radio.
Você me vê todos os dias
e me conhece muito bem

Mas você prefere plantar flor no deserto
e vidas no cemitério
Você se veste de branco e se denomina santo
Usa uma auréola e se diz anjo

Mas não pode fugir nem se esconder
Nem se fosse cego deixaria de perceber
Mesmo que tente me lançar no desfiladeiro
Continuarei a ser o reflexo do espelho