sábado, 5 de maio de 2012

Mergulhe nestas ondas


Roteiro| Pesquisa: Jocilane Rubert
Direção de arte| Edição: Wanderson Scofield

Nas ondas do rádio o Programa Jairo Maia - PJM - navegou por meio século. Líder de audiência das rádios AM no Espírito Santo, o radialista realizou grandes mudanças que influenciaram seus sucessores e, inclusive, outros veículos de comunicação, como os programas televisivos.“Com 60 mil ouvintes por minuto, segundo dados do Ibope” sua história se mistura à de inúmeras pessoas e famílias.

Pela primeira vez no Estado, uma atração de rádio recebeu ligações ao vivo dos ouvintes, tirando definitivamente o locutor do papel de anunciante musical, para assumir o posto de apresentador do programa, e transformando o ouvinte em um agente ativo que, além de ouvir, também fala. Assim, Jairo Maia permitiu a criação de vínculo entre ele e aqueles que o escutavam, em suas palavras “ele era a ponte entre os que precisavam de ajuda e os dispostos a ajudar”.

Moradores de diversas regiões publicavam por telefone suas queixas sobre a comunidade, enquanto o radialista contatava a autoridade competente, e essa dava seu parecer referente à reclamação, haviam outros quadros nos quais era estimulada a interação do público, tais como o "Show do Quebra-Cuca”, onde o ouvinte respondia à perguntas conhecidas como charadas, quando ele acertava era premiado, o "Troca-Troca" onde se anunciava gratuitamente produtos e serviços para vendas e trocas e a "Corrente de Oração pela Família”, aberta para solicitar orações. Com treze sessões em um único programa a canção terminou por ficar em última instância exceto, é claro, pelo quadro “A música da minha vida”, onde o espectador pedia uma canção relacionada com sua história pessoal.

Nesse panorama, Jairo Maia foi o precursor de um modelo de comunicação que passou a ser utilizado por diversos veículos, tanto o rádio, quanto a televisão e o jornal impresso. Cuja audiência é obtida, em grande parte, através do espaço concedido ao público. A partir do Programa Jairo Maia a mídia local descobriu que “ganha mais, quem mais escuta”, como afirmou Jairo Maia em entrevista, se constatou que as pessoas não querem apenas ser a noticia, mas sim fazê-la. O jornalismo capixaba deixou de ser apenas fonte de informação e se transformou em um espaço de publicações de denúncias, por meio do qual é possível levar à luz, situações precárias que nunca seriam conhecidas se não houvesse um meio de comunicação amplo que as divulgasse.




Jairo Gouvêa Maia nasceu em Bom Jesus do Norte, Município de Cachoeiro de Itapemirim, iniciou sua carreira em 1957, cobrindo as folgas de outros locutores da rádio ZYL-9, na qual estrearam os músicos Sérgio Sampaio e Roberto Carlos. Em 1961 trabalhou na Rádio Espírito Santo, depois na Rádio Vitória, posteriormente na Rádio Capixaba, que foi comprada por ele, porém, após quatro anos a rádio não obteve sucesso e então ele regressou à Rádio Espírito Santo e depois foi para a Rádio Gazeta. Onde foi criado o Programa Jairo Maia, que a princípio seria um programa de música transmitido às 15h. Ele permaneceu na Gazeta por quase vinte anos, da qual saiu por se sentir desvalorizado e por ter perdido uma hora de seu programa para o “Momento de Fé” do Padre Marcelo Rossi.


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