sábado, 12 de maio de 2012

Menino de rua



Obstruo sua travessia
fazendo do meio-fio moradia
Vejo seu vulto soberbo
tornando-me um defunto sem peso

Sou envolvido por uma serpente,
um veneno entorpecente,
brincando com as miragens
em minha mente

Fora do transe químico,
pesadelo real, doloroso suplício.
Tenho fome, não tenho comida.
Tenho sede, não tenho bebida.

Mas tenho a química dos homens,
a hilariante cola dos solados.
A paisagem que não é quadro;
O sentimento que não é poema.

A verdade nua e crua, a cada passo nas ruas.

Jacob O. Bittencourt
















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