sábado, 21 de abril de 2012

Manifesto animal

Jamais, nunca, em tempo algum compreenderei como um ser, que se diz humano, é capaz de maltratar outro que além de sofrer e sentir dor, é tão lindo e inocente! Não vejo sentido em causar qualquer sofrimento gratuito a outro ser vivo, por mero prazer e satisfação pessoal. Sim, só pode ser por prazer. Pois uma pessoa que não se sente feliz com a dor alheia jamais teria estômago, coração e ímpeto para maltratar, torturar e espancar um ser que grita, agoniza e pede socorro enquanto sofre. Um ser que, muitas vezes, recebeu algum carinho da mão que antes acariciava, os próprios donos.

Por isso não gosto e não uso a palavra “dono”, não sou dona de ninguém além de mim. Não sou dona de mãe, irmão, marido, amigo ou namorado. Não sou dona de gente e não sou dona de bicho. Sou tutora de animais. Ser tutor não é ter posse. Tutor é aquele que cuida, protege, defende e ampara. Se não quer ser mãe, não tenha bicho de estimação. Mas não tenha mesmo! Gato, cachorro, peixe, pássaro, periquito e nem papagaio. Apenas, pura e simplesmente, não os tenha.

Verbo ter não se conjuga com amar, não cabem em um mesmo período, não possuem coerência, nem coesão, parágrafo com essa associação perde o nexo, o texto perde argumento e fica sem a conclusão. Pois quem ama a esses seres (que são tão vivos quanto os humanos!) sabe que é do pássaro o céu e do peixe o mar, que se pode ouvir o canto do passarinho nas árvores do quintal, no parque da cidade, em uma reserva florestal ou até em um cd. Com tanta música boa para se ouvir não há sentindo em se aprisionar um bichinho por essa razão. Ainda mais se esse pequeno poderia ter o céu ao seu dispor. O mesmo vale para os peixes, ter rios e oceanos inteiros como lar e ser obrigado a se contentar com um retângulo. Pura inveja humana! Inveja de quem não possui asas, nem guelras.

Pobres cães e gatos, pior estão. Eles foram acostumados ao homem, domesticados, e assim se entregam, confiam e pouco precisam em troca. São ainda mais vulneráveis. Expostos a crueldade de quem deveria defendê-los, ao menos respeitá-los. Não sou contra quem não ama os animais. Amar alguém é individual, mas não amar não é sinônimo de direito de infligir dor. Pelo contrário, é motivo para se manter distante. cada um no seu espaço, gato/ cachorro para um lado, gente para o outro. Isso já bastaria.


Um comentário:

  1. Uau amiga, que texto incrivel!
    Concordo com vc se não gosta não tenha, quanto a infligir dor infelizmente a mente humana é má e quem faz isso realmente fica feliz com essa situação, vivemos em um mundo sem amor, há pais matando filhos pra não pagar pensão se quem tem amor não cuidar infelizmente eles continuarão a sofrer.

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