terça-feira, 22 de janeiro de 2013

Rito de Passagem

Naquele momento estava possuída,
por um demônio autodestrutivo
meu corpo se encolhia todo,
como se estivesse intensamente frio.

Meus músculos extremamente tensos,
me faziam chorar de dor.
Os pesamentos faziam reviravoltas,
como um turbilhão.

O sangue normalmente quente, parecia congelar
com a lentidão que percorria seu trecho.
O coração batendo devagar.
Preciso de ar! Quero respirar oxigênio novo.

Sem a poluição desta imatura insanidade
e a embriaguez dos finais de semana;
Sem a debilitação desta complexidade
e as crises existenciais mundanas.

Sou uma metamorfose!
Uma lagarta que voará como borboleta
ao invés de ser esmagada
Uma ostra ferida
que faz pérolas das suas chagas
Uma criança suicida
desejo conhecer o céu.
Uma jovem lúcida
no mundo da embriaguez

Com uma taça de vinho recebo o futuro
Com o vômito cubro o passado
O álcool me deixou em coma
e me deu sonhos pesados

A realidade é o que eu sonho.
De olhos abertos não me reconheço.
Não vejo um ser humano no espelho.
Prefiro a escuridão.

Rito completo.
Deixo para trás
tudo que pertence ao pretérito.
Por que acabo de nascer e preciso aprender a andar.







Nenhum comentário:

Postar um comentário