terça-feira, 10 de janeiro de 2012

No mesmo saco

Ontem começou a valer no município de Vitória a lei que impede que sacolas plásticas sejam dadas ao consumidor pelos supermercados, no lugar dessas serão vendidas sacolas biodegradáveis por valor entre R$ 0,19 a R$ 0,22. A iniciativa busca diminuir a quantidade de plástico lançado no meio ambiente e, concomitantemente, estimular a consciência ambiental na sociedade, já que, para não pagar também pelo transporte de suas compras, consumidores terão que levar suas sacolas ou qualquer outra coisa que permita carregar as compras para casa.

É extremamente necessário que o poder público desenvolva planos de ação para reduzir a quantidade de lixo que é lançado no meio ambiente, pois se estima que a humanidade utilize por ano quase um trilhão de sacolas plásticas, só no Espírito Santo avalia-se que são descartadas inadequadamente 570 mil sacolas por dia. São números alarmantes. Contudo, a vilã dessa estatística não é a sacolinha, mas todos que a carregam, empresários, consumidores e, principalmente, Governos. Toda sociedade contribuí com sua parcela para a poluição, é uma falta de consciência ambiental coletiva.

Todo tipo de lixo é atirado nas ruas, pela janela do carro, do ônibus, por crianças, adultos, idosos, do mesmo modo, o lixo é jogado nos rios, no mar, é deixado na areia da praia, falta à compreensão de que o único lugar de lixo é no lixo. Quando vejo uma criança se desfazendo de seu lixo em via pública eu me pergunto o que a ensinam na Escola, é no ambiente letivo que ela deveria passar pelo processo de conscientização, onde deveriam corrigir, ao menos minimizar, as falhas da educação familiar, para que ela carregasse isso para sua família e para sua comunidade. Foi com as tias da Escola que eu aprendi as consequências de se jogar lixo na rua, mudei a minha atitude e com o tempo modifiquei a da minha família, foram muitas as vezes que ouvi dos meus progenitores que “todo mundo joga lixo na rua, não adianta só eu não jogar”, mas com explicações e argumentos a postura deles modificou e são mais quatro pessoas que só jogam lixo na lixeira.

Falar de lixo, é falar do Governo, faltam lixeiras nas ruas, nas praias e não há coleta seletiva eficiente na Grande Vitória. Não adianta a população separar o lixo seco do úmido, separar o material reciclável do que não é, juntar garrafões de óleo inutilizado ao invés de jogá-lo na rede pública de água e esgoto, e não jogar no lixo comum as pilhas e baterias, se quando o coletor recolhe o lixo ele é todo misturado indiscriminadamente em uma única caçamba, se não existe ou são poucos os locais que recolhem óleo usado e materiais a base de cádmio, chumbo e mercúrio, não resolve a população separá-los se não há um destino correto para eles, e isso é responsabilidade do poder público.

Faltam ainda ações da parte da iniciativa privada que reduza os impactos ambientais, medidas direcionadas para a sociedade e também voltadas para o sistema de produção das empresas, os três R’s, Reduzir, Reciclar e Reutilizar, deveriam ser uma lei dentro das companhias, um constante processo de conscientização dos funcionários sobre os prejuízos causados pelo desperdício, por exemplo, e os ganhos alcançados, a nível profissional e pessoal, pela mudança de hábitos.

Ocorre que em todos os níveis e âmbitos sociais a busca por soluções para a problemática ambiental deveria ser uma discussão sempre em pauta.

Referências e mais informações:
http://gazetaonline.globo.com/_conteudo/2012/01/noticias/a_gazeta/dia_a_dia/1083846-o-fim-das-sacolinhas-gratuitas.html
http://www.sacoeumsaco.gov.br/
http://ambienteecologico.blogspot.com/

 

2 comentários:

  1. Sinceramente acho uma palhaçada essa historia de se pagar pela sacola, pois pessoas pobres que frequentam supermercados e quase sempre fazem isso após um dia de trabalho terão um gasto maior, e muitos fazem a compra do mês aos poucos, essa decisão fara com que pessoas de bem tenham um volume a mais na bolsa, enfrentando ônibus cheio, chuva e sol com isso.

    Claro que para o meio ambiente isso é uma decisão importante, porem de nada essa decisão vai servir enquanto o ser humano não for "adestrado" da forma correta, como vc mesmo citou, na escola, tbm em casa e porque não na televisão, novelas querem acabar com a homofobia mas não acham importante falar de limpeza urbana que depende do governo e da população.

    Enfim somos um povo sem educação, e leis quase nunca funcionam, o jeito é torcer para que dessa vez seja diferente.

    PS: Adorei a visão/critica sobre o assunto.

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  2. Também considero errado o povo ficar com mais esse encargo tributário, penso que deveria ficar na conta do empresário.

    Obrigada pelo comentário/ post! rsrsrs

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